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MATO GROSSO

Privatização da Eletrobras pode impactar no aumento na tarifa de energia, diz representante de sindicato


Privatização da Eletrobras pode impactar no aumento na tarifa de energia, diz representante de sindicato
Para Fabiola Antezana, que é engenheira ambiental e faz parte do coletivo nacional dos eletricitários, há exemplos no Brasil que mostram que esse modelo de desestatização não dá certo.

A privatização da Eletrobras pode impactar em um aumento de 40% na tarifa de energia em Mato Grosso. É o que apontam representantes e economistas ligados no ramo.

Para Fabiola Antezana, que é engenheira ambiental e faz parte do coletivo nacional dos eletricitários, há exemplos no Brasil que mostram que esse modelo de desestatização não dá certo.

“No caso recente agora do apagão do Amapá, o que aconteceu é que foi feito o leilão, houve a licitação, chamada pública, ganhou uma empresa privada. Eles não deram a manutenção devida e nem o investimento necessário para garantir que os equipamentos estivessem em condição de atuar e foi o que aconteceu. Quando deu problema no principal, não tinha o que substituísse e isso é falta de investimento”, afirmou.

A maior parte das cidades do Amapá enfrentou no final do ano passado, problemas no fornecimento de energia, que afetou o abastecimento de água, a compra e armazenamento de alimentos, serviços de telefonia e internet, entre outros.

Quase 90% da população, cerca de 765 mil pessoas, foi afetada. Após 2 blecautes totais e 22 dias de fornecimento em rodízio, a energia foi restabelecida no estado. A situação só resolvida com a ajuda de técnicos da Eletronorte.

“As empresas do sistema Eletrobras são empresas construídas na década de 1960. O quadro de trabalhadores da Eletrobras é enxuto. A gente tem técnico que conhece o setor. No apagão do Amapá, que foi causado por uma empresa privada, quem veio para poder restabelecer o sistema foram os trabalhadores da Eletronorte, o pessoal antigo que conhece o sistema, que construiu o sistema”.

Antônio Carlos Serra é técnico do trabalho e eletrotécnico. Ele trabalha na Eletronorte, em Cuiabá, há quase 40 anos. Para ele, além da experiência, a manutenção dada hoje aos equipamentos tem dado resultado há anos.

“É difícil a gente ouvir falar que um sistema para as empresas estatais teve um apagão, porque as manutenções são feitas rigorosamente”, disse ele.

Outro ponto mencionado é a possibilidade de um aumento na tarifa da energia elétrica. De acordo com Antezana, não foi apresentado pela Aneel o cálculo de quanto a tarifa pode subir.

“Um grupo que trabalha na área da economia fez cálculos baseados no modelo matemático que a Aneel tem e com base no que está escrito na medida provisória, o aumento da tarifa neste processo seria algo em torno de 40%”,

Esse aumento que pode causar um impacto na economia, como explica a Tania Ioranzi, que faz parte da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Urbanas do Mato Grosso, representante dos trabalhadores da Eletrobras/Eeletronorte.

“Temos uma preocupação muito grande as pequenas agriculturas, nós temos o agronegócio, a indústria, que também vão ter esse impacto diretamente na conta de energia.

O modelo adotado pela medida provisória prevê a emissão de novas ações da Eletrobras a serem vendidas no mercado sem a participação da empresa, resultando na perda do controle acionário de voto mantido atualmente pela união. A estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia e que responde por 30% da energia gerada no país. Agora o projeto segue para o Senado.

Por Leandro Agostini, Centro América FM